quinta-feira, 20 de setembro de 2007

[PO 3]

[PO 3] NOTÍCIA

15° Anima Mundi em BH!

Neste ano, a 15° edição do festival Anima Mundi, projeto que até então se concentrava no eixo Rio de Janeiro-São Paulo, faz escala na capital mineira. Entre 19 e 23 de setembro, o Teatro Klauss Vianna recebe uma vasta programação, que passa por exibição de curtas e longas-metragens, workshops, oficinas e bate-papo com quem entende do assunto. Com entrada gratuita [os ingressos podem ser retirados na bilheteria com uma hora de antecedência], o evento ainda conta com a participação de dois convidados: Peter Peak e Alê Abreu, grandes referências no gênero.O que aconteceÉ sempre bom destacar o que há de bom na programação. Nos dias 19, 20 e 21, de 10h às 13h, o animador Peter Peak ministra um workshop sobre a técnica stop-motion, muito recorrente em animações com massinha. As inscrições estão encerradas. Além disso, a Galeria Oi Futuro sedia a oficina "Massinha, areia, pixilation e desenho animado", com idade mínima de 8 anos. Nos dias 20 e 21, entre 14h e 21h, e nos dias 22 e 23, entre 11h e 17h, os interessados podem se informar e aprender técnicas com profissionais do festival. Entre os filmes escolhidos, estão "Garoto Côsmico", "Bandeira", "Not the end", "Jazz song", "Temerário", "Leonel Pé-de-Vento" e muitos outros.
Fonte: http://www.guiabh.com.br/programacao/detalhenovo.asp?evento=3173


[PO 3] ANÁLISE:
Pela primeira vez, o Anima Mundi chega a Minas Gerais com atrações que encantaram mais de 77 mil pessoas no Rio de Janeiro e São Paulo. Ao participar do evento de abertura do Anima Mundi tive a oportunidade de comprovar mais uma vez como os eventos culturais em Belo Horizonte não recebem o apoio dos próprios belorizontinos. Conversando com um dos organizadores, ele me explicou a importância desta atração que conseguiu quebrar as barreiras do eixo Rio/Sampa para estar presente na capital mineira. Dentre a lista dos diversos convidados para o lançamento, poucos foram aqueles que prestigiaram a abertura do Festival que sem dúvida alguma irá marcar o calendário cultural 2007 de BH.
O Festival, com incentivo da Lei de Incentivo Estadual do Rio de Janeiro exibirá mais de 50 filmes apresentando novidades da animação nacional, com entradas francas. O espaço de realização promove ainda, uma diversificação cultural atribuída ao local, já que oferece aos participantes, além do evento, a possibilidade de conhecer o Museu de Telecomunicações, instalado no mesmo ambiente.
Sendo assim, esta associação pode ser analisada como uma estratégia interessante para definir aos espaços culturais, outros usos, daqueles então conhecidos (e meramente fixos). E nesse sentido, verifica-se a importância destas promoções que possibilitam o acesso cultural a populações alocadas fora das áreas definidas pelas leis que incentivam o projeto. A Lei carioca, passa neste caso, a favorecer o mineiro em seu próprio território.

[PO 3] PROPOSIÇÃO:
Acho que a grande questão a ser proposta está relacionada em encontrar/ sugerir uma alternativa que motive o belorizontino a participar e prestigiar eventos culturais tão interessantes como o Anima Mundi. De fato, gosto cultural (assim como qualquer outro gosto) é algo inquestionável! Mas por outro lado, é preciso antes "experimentar" o desconhecido para assim definir os gostos! Não podemos culpar de tudo o cidadão que não busca alternativas culturais como entretenimento tendo em vista que muitas vezes estes eventos, bem como os centros de cultura, museus também não vão até os seus... assim, acredito que algumas ações devem ser consideradas como:
- conscientização pedagógica sobre a importância cultural e os efeitos positivos gerados para aqueles que buscam estas alternativas (esolas, creches, universidades etc);
- definição de políticas de inclusão de camadas desfavorecidas - esta inclusão não refere-se apenas a questão econômica (até porque você poderia argumentar sobre a presença das entradas francas em festivais como este), mas algo muito além ... de forma a trabalhar uma inserção social, etc!
- garantia de acesso a estes eventos - acesso que designa não somente a oportunidade de participar, como também aspectos relacionados a transporte, instrução, entre outros.
- definição das fontes de disseminação que assim, devem estar associadas as múltiplas diversidades da população local;
Acredito que se algo por aí começar a caminhar... minha opinião começará a mudar!

DICA!!!! Aproveitando a oportunidade, deixo aqui duas sugestões para aqueles que irão se interessar: “Vida Maria”, de Marcio Gomes, vencedor do prêmio especial da direção do Anima Mundi. Me chamou muita atenção! E... "Lavatory-Lovestory"...as meninas irão adorar...hehehe... e suspirar!
Links:
*Anima Mundi/ programção do evento: http://www.animamundi.com.br/
* Oi Futuro/ Museu de Telecomunicações: http://www.oifuturo.org.br/oifuturo.htm#/



O Brasil é um celeiro de talentos na área de animação, contando com produtoras e animadores independentes de alta competência. Portanto, é natural que o foco principal do II Anima Fórum seja a produção para TV - séries, longas metragens e especiais. Os idealizadores do evento acreditam que o sucesso da indústria de animação no Brasil está intimamente ligado á parcerias e co-produções com as redes de TV.
VÍDEO : CURTA "ARMADILHA PARA TURISTAS" (Prêmio: *Anima Mundi 2002 - Melhor Animação Brasileira) : http://www.youtube.com/watch?v=OawHXlnkGDM

[P0 2]

[PO 2] NOTÍCIA:


Caixa anuncia crédito para programa Viaja Mais



A ministra do Turismo, Marta Suplicy, e a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, lançaram nesta terça-feira, em Brasília, linha de crédito consignado para a compra de pacotes turísticos para os aposentados e pensionistas do INSS.
O financiamento será concedido por meio de operadoras de turismo e agências de viagens cadastradas no Programa "Vai Brasil" do Governo Federal, dentro do Programa "Viaja Mais Brasil - Melhor Idade", do Ministério do Turismo.
Pela modalidade, os interessados poderão realizar viagens nacionais, financiadas em até 12 vezes, com parcelamento em folha, e juros de 0,95% ao mês. O valor máximo de crédito é de R$ 3 mil, mediante a aprovação de risco e de capacidade de pagamento. Para solicitar o financiamento não é preciso ir a uma agência da Caixa. A operação será realizada diretamente entre o cliente e as agências de viagem.
"Esse programa pretende viabilizar o acesso do público da melhor idade ao turismo, de forma planejada e diferenciada", destaca Maria Fernanda Ramos Coelho. Ainda segundo ela, a idéia é aproveitar a maior flexibilidade de tempo livre, oferecendo pacotes no período de baixa temporada, resultando em um custo menor para os viajantes. Na primeira fase do programa, as partidas serão de São Paulo e Brasília para diversas cidades e regiões turísticas do País.




[PO 2] ANÁLISE:

A segmentação do mercado turístico, o aumento da expectativa de vida do brasileiro, as facilidades de negociação em empresas fincanceiras são alguns dos aspectos relacionados a criação do programa do Ministério do Turismo, "Viaja Mais".

A chamada "Melhor Idade" tornou-se um público destaque no cenário turístico brasileiro, que de alguma forma está também relacionado às políticas públicas de inserção destes na atividade turística. A estratégia de segmentar e assim criar um produto voltado para esta faixa da população pode ser atribuído também, a uma tentiva de otimizar a oferta turística disponível no país, muitas vezes pouco aproveitada. O programa foi lançado pelo Ministério com o objetivo de proporcionar que aposentados e pessoas com mais de 60 anos possam conhecer o Brasil nos períodos de baixa ocupação através de algumas facilidades, como parcelamentos, redução de tarifas.
Contudo, o aumento da população idosa, fora do processo produtivo e que vive de aposentadoria representa um novo segmento para o turismo. Esse público que de alguma forma já está com a vida financeira estável, já criaram os filhos, já se aposentaram e adquiriram a maioria dos bens materiais que vislumbravam, restando tempo livre para aproveitar a vida. Cada vez mais a inatividade e o sedentarismo representam um prejuízo para quem deseja viver com mais saúde. Assim, os viajantes da terceira idade podem ser estimulados ao movimento, ao contato com a natureza, o que resulta em uma re-inclusão do idoso na sociedade e o redescobrimento de motivações e novas possibilidades para a vida depois dos 60.


[PO 2] PROPOSIÇÃO:

"Ao longo da vida o indivíduo enfrenta inúmeras perdas que o privam da imagem do seu objeto, mas lançam-no em busca de outros. Uma perda não é sempre um término, muitas vezes engendra uma aquisição" (Jack Messy)

"Idoso é quem tem o privilégio de viver uma longa vida... velho é quem perdeu a jovialidade.A idade causa a degenerescência das células... a velhice causa a degenerescência do espírito.Você é idoso quando sonha... você é velho quando apenas dorme".

Links:
* Programa Viaja Mais: http://www.viajamais.com.br/

Só para se ter idéia, nos Estados Unidos, o público da "Melhor Idade" responde por 80% do total das viagens domésticas no país. Na Europa, de cada seis turistas, um já passou dos 60 anos. No Brasil, a participação é bem menor, mas não deixa de ser um volume considerável, cerca de 20%, o que significa 9 milhões de idosos viajando todo ano.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

[PO1]

[PO1] NOTÍCIA:

Nova York recebe campanha da Embratur
Os Estados Unidos serão alvo de uma ofensiva promocional que tem como objetivo atrair mais turistas para o Brasil. As ações em território norte-americano incluem campanha publicitária, desfile de moda, seminários e feiras.


Nova York é a cidade norte-americana escolhida para receber a campanha “Vire fã”, que será lançada pela Embratur no mercado internacional ainda em setembro. A ação, cujo investimento é de R$ 3 milhões, prevê a veiculação, até outubro, de anúncios na CNN News, em sites de viagem e portais genéricos, jornais, revistas de turismo e suplementos de viagens e comportamento, além de mídia externa.
A peça de maior impacto é um painel do Cristo Redentor, recém-eleito uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo Moderno, que será montado na Times Square e ficará exposto por 60 dias. De acordo com a presidente da Embratur, Jeanine Pires, que está no país participando de várias ações de promoção do Brasil, a próxima fase da campanha publicitária contemplará cidades da Costa Oeste dos Estados Unidos. “Estamos só aguardando a liberação de mais verbas para iniciarmos a segunda fase da campanha, prevista para outubro”, afirmou.


Garopaba (SC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Natal (RN), Foz do Iguaçu (PR), Porto de Galinhas e Fernando de Noronha (PE), Brasília (DF), Lençóis Maranhenses (MA), Manaus (AM), Lagoinha (CE), Bonito (MS), São Miguel dos Milagres (AL) e João Pessoa (PB) são os destinos retratados na campanha veiculada em território norte-americano – seguindo as diretrizes de mercado estabelecidas pelo Plano Aquarela – Marketing Turístico Internacional.


[PO1] ANÁLISE:
O Plano Aquarela – Marketing Turístico Internacional do Brasil define as bases para todas as ações de divulgação do país no exterior. Foi desenvolvido pelo Ministério do Turismo, por meio da EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo, e sob coordenação da empresa de consultoria internacional em turismo Chias Marketing. Verifica-se através desta notícia, que a Embratur passa a definir novos alvos a serem alcançados, tendo em vista, a perceptível “concentração” de trabalho desenvolvido pelo órgão nos países europeus (França, Portugal, Espanha etc).

Segundo dados de um site do TRE/Notícias (2007- segue link abaixo), em Nova York, o número de brasileiros em situação legal e ilegal soma 350 mil. Dessa forma, considera-se a presença intensa do nosso país, que de alguma forma contribui também para divulgação da cultura brasileira. Associada a estas condicionantes, a campanha proposta pela Embratur resgata a possibilidade de mostrar aos americanos um Brasil diferente daquele conhecido por eles (Rio de Janeiro, samba e futebol). Os novos destinos a serem trabalhados oferecem outros conceitos ao país e assim, abre as portas para que o Brasil consiga atraí-los por outras belezas e riquezas atrativas.


[PO1] PROPOSIÇÃO:
A proposta de diversificar os locais de divulgação do Brasil está associada as novas estratégias delimitadas no Plano de Marketink do Ministério do Turismo. Nesse sentido, alguns aspectos devem ser levados em conta, considerando o atual contexto do turismo no país e as vertentes ligadas a atividade, como transporte, hospedagem etc.

A divulgação do destino deve ser associada a:
- (re) organização do transporte áreo nacional;
- definição sobre a regulamentação de entrada de turistas norte-americanos no Brasil (necessidade de visto ou não, esclarecimentos);

Estas atribuições, entre muitas outras não citadas necessitam ser avaliadas já que a divulgação do produto nacional, em Nova York, como em qualquer outro local está diretamente relacionada (pelo menos de forma teórica) a uma organização do espaço receptor.


Além destas considerações, acredito ser interessante definir novas imagens do Brasil nesta proposta, que criem outras referências turísticas do país. Os americanos, assim como grande parte dos turistas estrangeiros têm conhecimento do Cristo Redentor e sua importância, mas no entanto, desconhecem outros elementos atrativos que divulgados contribuíram para a desconcentração da atividade em destinos , como é o caso do Rio de Janeiro. A notícia trata "A peça de maior impacto é um painel do Cristo Redentor"... e porquê não ser um painel com o "Boi Caprichoso de Parintins", ou o "Churrasco de Chão" do Rio Grande do Sul (inúmeros elementos poderiam aqui ser citados) ? E porquê não mostrar a Nova York um Brasil até então desconhecido?

LINKS:
* Minisério do Turismo - Plano Aquarela:
http://institucional.turismo.gov.br/portalmtur/opencms/institucional/estrutura/arquivos_embratur/plano_aquarela.html
* TRE:
http://www.tre-ms.gov.br/noticias/noticia1172.html
* Festival Folclórico de Parintins:
http://parintins.com/


Os números finais do Banco Central não deixam dúvidas: 2005 foi o melhor ano da história do turismo brasileiro. Com a entrada de US$ 360 milhões com turistas estrangeiros no Brasil em dezembro (o número é igual ao de agosto de 2005, que havia sido o melhor mês da série histórica), o ano fechou com o total de US$ 3,861 bilhões, um crescimento de 19,83% com relação a 2004, que fechou com US$ 3,222 bi. Esta é a maior quantia já verificada dentro de um mesmo ano com o turismo internacional.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

PARALELO // Dica de um livro: O Guardião de Memórias !!!



Com mais de três milhões de exemplares vendidos nos Estados Unidos, O Guardião de Memórias é uma fascinante história sobre vidas paralelas, famílias separadas pelo destino, segredos do passado e o infinito poder do amor verdadeiro. Inverno de 1964. Uma violenta tempestade de neve obriga o Dr. David Henry a fazer o parto de seus filhos gêmeos. O menino, primeiro a nascer, é perfeitamente saudável, mas o médico logo reconhece na menina sinais da síndrome de Down. Guiado por um impulso irrefreável e por dolorosas lembranças do passado, Dr. Henry toma uma decisão que mudará para sempre a vida de todos e o assombrará até a morte: ele pede que sua enfermeira, Caroline, entregue a criança para adoção e diz à esposa que a menina não sobreviveu. Tocada pela fragilidade do bebê, Caroline decide sair da cidade e criar Phoebe como sua própria filha. E Norah, a mãe, jamais consegue se recuperar do imenso vazio causado pela ausência da menina. A partir daí, uma intrincada trama de segredos, mentiras e traições se desenrola, abrindo feridas que nem o tempo será capaz de curar. A força deste livro não está apenas em sua construção bem amarrada ou no realismo de seus personagens, mas, principalmente, na sua capacidade de envolver o leitor da primeira à última página. Com uma trama tensa e cheia de surpresas, O Guardião de Memórias vai emocionar e mostrar o profundo - e às vezes irreversível - poder de nossas escolhas.

Uhm, mesmo na correria deste semestre, entre tantas outras coisas...acabei de ler este livro nesta semana! Ele estava aqui marcado já um tempo... e agora cheguei ao fim!
Encantador! Quem se interessar, posso emprestar!

"Descobri que a leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de sonhar, porque não sonhar os meus próprios sonhos?"
(Fernando Pessoa)

sábado, 8 de setembro de 2007

"CULTURA E TURISMO: INTERAÇÃO OU DOMINAÇÃO"

Na busca por algumas notícias sobre o turismo, cultura e outros temas relacionados as discussões em sala, encontrei um artigo muito interessante, com o seguinte título "CULTURA E TURISMO: INTERAÇÃO OU DOMINAÇÃO". De fato, ele provoca certos questionamentos oportunos e que de alguma forma tornam-se essenciais nesta reflexão! Nesse sentido, resolvi postá-lo antes das notícias que virão pela frente! Abaixo segue uma parte deste artigo, mas caso tenham interesse em dar continuidade a leitura completa, basta acessar o link: http://www.fundaj.gov.br/tpd/121.html! Fiquem a vontade!


"CULTURA E TURISMO: INTERAÇÃO OU DOMINAÇÃO"
Ana Lúcia Hazin
Cleide Galiza de Oliveira
Rejane Pinto de Medeiros


"Daqui a cem anos, não valerá mais a pena viajar,pois o mundo está ficando cada vez mais uniforme."(Paul Bowles, escritor norte-americano )


Estamos vivendo na Era da Informação, em um mundo onde aprendemos, gradativamente, a encurtar as distâncias e a redimensionar o tempo. O cotidiano das pessoas está, continuamente, sendo transformado com a incorporação de produtos que permitem a comunicação com qualquer parte do planeta. Através da televisão as pessoas recebem as notícias, em tempo real, do que está acontecendo ao redor do globo terrestre; pelo telefone, principalmente, e pela internet, são enviadas mensagens, possibilitando a interação com quem está do outro lado da linha. E essas experiências de "viagens sem sair de casa" vão abrindo os horizontes e criando intercâmbios e trocas que interferem no modo de vida das pessoas.
No Nordeste do Brasil, antes do advento da televisão, os moradores das pequenas cidades costumavam sentar nas calçadas após o jantar. Lá, eles trocavam informações sobre os últimos fatos divulgados pelos programas de rádio, conversavam sobre a vida dos conhecidos, dos vizinhos e da família, sobre receitas caseiras, meizinhas para curar os enfermos e sobre experiências vividas. Não costumavam comer pizza, nem tomavam coca-cola.
Hoje, os acontecimentos locais sofrem a influência de algo vivenciado por povos do outro lado do mundo. O tempo livre dessas comunidades, assim como o seu dia-a-dia, é bombardeado pelos meios de comunicação que vendem sonhos de consumo. Através desses estímulos, a viagem televisiva vai tomando forma por meio dos devaneios que fazem crescer a expectativa quanto à realização do desejo de conhecer outros lugares, outras gentes, outras culturas.
"A idéia de viajar vem penetrando de tal forma na mente do homem moderno que, cada vez mais, se fortalece como uma conquista, um direito, uma possibilidade, um consumo. Pode-se afirmar que a viagem é hoje um dos grandes consumos criados no contexto da sociedade através dos meios de propagação coletiva, sobretudo os meios de comunicação de massa eletrônicos" (Coriolano, 1998:30).
Essas alterações no ritmo de vida dos seres humanos vai, cada vez mais, impulsionando-os a adotar, como alternativa de lazer, a viagem. E a sociedade capitalista, responsável pela intensificação do ritmo de trabalho, logo transforma essa opção de uso do tempo livre em mercadoria. Para os mais abastados, capazes de reservar um excedente de renda, são oferecidos os pacotes turísticos; para os outros, resta a opção de venda das férias e eliminação de um direito ao ócio, conquistado com muita luta; para outros tantos, sem direito sequer a um trabalho, nem isso.
O estresse e as tensões vividas nos centros urbanos contribuem para que se valorize e se destaque, como necessidade básica das pessoas, o lazer. É um período que favorece a reposição das energias, o descanso mental, o crescimento pessoal e a fuga do cotidiano. Aproveitando tal contexto, a sociedade de consumo começa a fortalecer o setor encarregado pela produção e pelo aperfeiçoamento dos produtos turísticos.
"A necessidade imperiosa de viajar é fabricada, sendo incorporada mercadologicamente ao rol das necessidades básicas do homem. É o homem urbano que constitui o chamado Homo turísticus ou Homo viajor" (Rodrigues, 1997: 26).
O início da movimentação turística coincide com o desenvolvimento da sociedade industrial, mas o surgimento de um "turismo de massas" ou um "turismo moderno" foi observado a partir da década de cinqüenta ( Molina, 1994; Trigo, 1998).
Antes desse período, já se notava uma preocupação com o assunto, pois, em 1937, a Comissão Estatística da Liga das Nações definia, como turista internacional, "a pessoa que visita um país que não seja o de sua residência por um período de, pelo menos, vinte e quatro horas", como registra Beni (1998:37).
Mais recentemente, com o aceleramento do processo de globalização, o turismo tem apresentado um desenvolvimento surpreendente, movendo milhares de dólares a cada ano. "A atividade turística passou a ser um espaço privilegiado da produção, na medida em que se tornou uma das ocupações sofisticadas do setor terciário" (Trigo, 1998: 65).
Muitos fatores contribuíram, nos países ocidentais, para o crescimento do que alguns insistem em identificar como "a indústria sem chaminé" (Lago, 1996:63; Lemos, 1999:207). Além da estabilidade política de muitos países, do crescimento econômico (com a formação das classes médias), da melhoria das condições de vida de uma parcela da população (com a redução das horas de trabalho), dos avanços tecnológicos ( com o transporte mais rápido e a comunicação facilitada), o acesso `a cultura e à educação por um maior número de pessoas despertou o interesse em conhecer outras manifestações culturais, outros lugares.
A importância econômica da atividade turística para os países é flagrante. Não há como fugir a essa realidade. Aquele que não estiver habilitado para tal, precisará fazê-lo, pois é um fenômeno mundial. Em 1980, por exemplo, a Organização Mundial do Turismo registrou um volume de US$ 105,3 bilhões, crescendo, em 1997, para US$ 443,8 bilhões o movimento decorrente dessa atividade em todo o planeta (Galindo; Guimarães, 1999: 5). Em 1991, segundo essa mesma organização, o setor ocupava 101 milhões de pessoas e os investimentos alocados correspondiam a 7% dos investimentos mundiais. "Até o ano 2003, o produto bruto estimado para o Turismo é de US$ 8 trilhões, com investimentos no setor estimados em US$ 1,7 trilhão e devendo empregar, segundo essa projeção, 350 milhões de pessoas que gerarão na atividade US$ 1,5 trilhão em impostos" (Carvalho, 1994:2).
O aspecto financeiro, entretanto, não é único. Molina (1994) ressalta a importância da comunicação entre as pessoas que viajam ou, até mesmo, o contato direto com a natureza e a cultura do lugar visitado. Essa experiência permite ao homem contemporâneo uma alternativa de "ser-ter" uma outra realidade.